Os primeiros exames toxicológicos feitos no corpo de Adalberto Amarilio dos Santos Junior indicaram que ele não havia ingerido álcool nem usado drogas antes de morrer no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. A informação contraria o relato de Rafael Albertino Aliste, amigo do empresário, que disse à polícia que os dois haviam consumido bebidas alcoólicas e fumado maconha durante o evento de motos realizado em 30 de maio, horas antes do desaparecimento. O resultado preliminar divulgado pela Folha de S. Paulo foi obtido a partir da análise de sangue, urina e conteúdo gástrico, conforme fontes ligadas à investigação.
A polícia ainda aguarda os laudos finais para definir os próximos os do inquérito. Além do toxicológico, estão em andamento os exames anatomopatológico — que analisa amostras de órgãos como fígado e coração — e o subungueal, que busca vestígios sob as unhas da vítima. O laudo preliminar do IML indicou asfixia por compressão torácica como causa da morte. O corpo, encontrado no dia 1º de junho dentro de um buraco de obras ao lado do kartódromo, apresentava escoriações, mas não tinha fraturas ou marcas aparentes de violência.
Fontes da Secretaria de Segurança Pública apontaram “vermelhidões na região do pescoço”, o que levantou suspeitas de um possível golpe, como o “mata-leão”. A polícia ainda não confirma se esses sinais estão relacionados à causa da morte ou ao tempo em que o corpo ficou no buraco. Segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), há pelo menos três hipóteses em apuração: homicídio, ocultação de cadáver e omissão de socorro.
Adalberto, de 35 anos, era empresário do ramo de óticas. Ele desapareceu após participar do evento, e seu carro foi encontrado por familiares no estacionamento do autódromo na manhã seguinte. Testemunhas ainda estão sendo ouvidas, incluindo cinco seguranças que trabalharam no local na noite do desaparecimento. A delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, informou que outros funcionários da segurança do autódromo e do kartódromo também serão chamados a depor. Uma das linhas de investigação é que o empresário possa ter sido agredido por vigilantes ao ar uma área restrita.
A perícia também identificou sangue dentro do carro do empresário. Exames foram solicitados para confirmar se o material genético é de Adalberto e se pode ter relação com a dinâmica da morte. Equipes da investigação voltaram ao autódromo para reconstruir os possíveis caminhos percorridos por ele antes de morrer. A análise incluiu croquis com pontos do evento, do estacionamento e do buraco onde o corpo foi localizado.

Mesmo sendo sede de eventos internacionais, como o GP de Fórmula 1, o autódromo de Interlagos não conta com câmeras de segurança da Prefeitura de São Paulo. Segundo a gestão municipal, o monitoramento é de responsabilidade dos organizadores de cada evento. Apenas no segundo semestre está prevista a instalação de 50 câmeras internas voltadas à segurança patrimonial. As imediações externas do autódromo já contam com 60 câmeras do Programa Smart Sampa. Saiba detalhes clicando aqui.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques