Kim Kardashian se pronuncia em julgamento de assalto milionário e dá depoimento forte: ‘Tinha certeza que seria estuprada nessa hora’
Empresária testemunhou nesta terça-feira (13), e detalhou como tudo teria acontecido durante o roubo em Paris
Thamyris Couto - Publicado em .
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Kim Kardashian testemunhou nesta terça-feira (13), no julgamento sobre o assalto que sofreu em Paris, em 2016. No relato angustiante, a empresária disse que temeu pela própria vida e que poderia ser estuprada pelos criminosos. Ela itiu o choque que sentiu, e disse que ficou com uma arma apontada em suas costas, além da boca tapada por uma fita.
“Vim a Paris para a Semana de Moda, e Paris é sempre um lugar que eu amo muito. Sempre me senti muito segura. Eu parava em pequenos hotéis para tomar chocolate quente, era mágico. Mas quando vim para a Semana de Moda durante aquela viagem, tudo mudou”, iniciou Kim, segundo a BBC.
A empresária, então, descreveu o que aconteceu dentro do quarto quando os criminosos invadiram. Eles chegaram ao hotel vestidos como policiais e algemaram um concierge antes de invadir o quarto da Kardashian. “Obviamente, eu fiquei muito confusa quando eles entraram. Eu precisava entender o que estava acontecendo. Eu estava quase dormindo, também estava [quase] nua, só de robe. Então fiquei muito nervosa”, recordou ela.
Segundo Kim, os assaltantes levaram com eles, o recepcionista do hotel, Abderrahmane Ouatiki, o que lhe causou ainda mais estranhamento. “E acho que isso me confundiu um pouco mais. Não entender se ele fazia parte disso ou não. Agora entendo o quão chocado ele ficou, e ele era apenas uma vítima como eu, e estávamos juntos nisso”, ponderou.
Em seguida, o grupo teria começado a procurar pelas joias da famosa. “Eu ainda estava em choque, porque honestamente muitos ataques terroristas estavam acontecendo no mundo e eu e meus amigos estávamos conversando sobre isso. Eu não entendia o que estava acontecendo e não entendia que era sobre minhas joias, embora eles tivessem pedido especificamente meu anel”, narrou a filha de Kris Jenner.
“O mais alto estava vasculhando minhas coisas e encontrou a caixa de joias, e disse: ‘Aha, Aha!’, animado e grato por ter encontrado mais joias”, continuou. Kim falou que os criminosos a levaram pelo quarto em busca de mais itens valiosos, e que estava com uma arma apontada em suas costas. “Foi nesse momento que pensei: ‘Devo correr">
Kardashian tentou recorrer ao funcionário do hotel para conversar com os assaltantes. “[Eu dizia]: ‘Por favor, traduza para eles que tenho filhos e preciso voltar para casa'”, relatou. O desespero tomou conta logo depois, quando seu robe abriu, a deixando completamente exposta. “Eu tinha certeza de que aquele seria o momento em que ele iria me estuprar. Eu absolutamente pensei que ia morrer”, confessou.
“Naquele momento, eu tinha certeza de que seria ali que eles iriam atirar em mim. Então, fiz uma oração pela minha família, pela minha mãe, pela minha irmã e pela minha melhor amiga”, narrou Kim, referindo-se à Kourtney e à Simone Harouche. “Eu seria morta a tiros na cama e ela veria isso e guardaria essa lembrança para sempre. Eu realmente pensei que iria morrer”, completou.
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No depoimento, Kim contou que em outro instante, os criminosos amarraram suas mãos, arrastaram-na em direção à banheira e apontaram uma arma para sua têmpora. Não demorou para um deles ver o anel de diamante em sua mão: “Ele disse: ‘Anel! Anel!’ e apontou para a própria mão”.
A amiga de infância e estilista da celebridade, Simone Harouche, também testemunhou no caso. Ela dividia a suíte de dois andares com a empresária e declarou que, durante o assalto, ouviu a amiga gritando. “‘Tenho filhos e preciso viver’. Era isso que ela repetia sem parar: ‘Levem tudo. Preciso viver’. Eu estava com medo de que ela fosse estuprada ou violada. Pensei no pior”, itiu.
Kim com anel de noivado que foi roubado à época (Foto: Reprodução/Instagram)
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Kim então conseguiu se soltar das amarras, ainda na banheira. Pouco depois, ela foi para a varanda do quarto e se escondeu com a amiga atrás de arbustos. “Consegui tirar a fita e depois fui encontrar Simone. Lembro-me de ligar para minha mãe do mato para contar o que aconteceu, e então acho que enquanto esperávamos a chegada da minha segurança, Simone e eu estávamos tentando bolar um plano: ‘Se eles voltassem, deveríamos pular da janela?'”, cogitou.
O juiz, então, quis saber onde estavam seus seguranças naquela noite. “Naquela época, essa era toda a segurança com que viajávamos. Presumimos que os hotéis eram seguros e protegidos. Toda vez que viajávamos, eles (os guarda-costas) se hospedavam em um hotel diferente e, quando estávamos no nosso, eles voltavam para o deles”, explicou a celebridade. Ela destacou como foi afetada após o roubo. “Então, não consigo nem dormir à noite se sei que não há vários seguranças”, disse.
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Novamente, o juiz questionou uma fala de Kim sobre o caso durante o reality da família “Keeping Up with the Kardashians“. “Em um episódio, você disse que acreditava que os ladrões eram um grupo de pessoas que a seguiram durante toda a viagem e que eles ‘viram no Snapchat’ que você estava sozinha. Eles tiveram uma janela de oportunidade e a aproveitaram. Você se lembra desse episódio">
Réu escreve carta para Kim
Aomar Ait Khedache, um dos réus, escreveu uma carta para Kim, que foi lida em voz alta. “Madame, depois de vê-la em um programa de TV francês, de ver sua emoção e perceber o dano psicológico que lhe causei, decidi escrever. Não com o objetivo de obter perdão… Quero lhe dizer, de pessoa para pessoa, como me arrependo dos meus atos e como me comovi ao vê-la chorar. Sinto muito pela dor que causei a você, ao seu marido, aos seus filhos e àqueles que a amam. É claro que você não pode desfazer o ado, mas espero que esta carta a ajude a esquecer o trauma que sofreu por minha causa”, diz o texto.
De pronto, ela reagiu à mensagem. “Obviamente estou emocionada com isso. Essa experiência mudou a minha vida e a vida da minha família. Nos Estados Unidos, trabalho no sistema judiciário e quero muito ser advogada, e luto para que as pessoas busquem justiça. Eu agradeço pela carta, com certeza. Eu agradeço, eu te perdoo. Mas isso não muda a emoção, os sentimentos, o trauma e a forma como minha vida mudou”, argumentou a Kardashian. “Seu perdão é um raio de sol que me iluminou. Sou eternamente grato”, finalizou o réu.
Kim estava em Paris para a Semana de Moda quando o assalto ocorreu (Foto: Getty)
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Essa foi a primeira vez que Kim Kardashian confrontou os homens. Eles são acusados de amarrá-la sob a mira de uma arma e de roubar cerca de US$ 10 milhões (R$ 56,8 milhões) em itens valiosos, incluindo um anel de noivado de US$ 4 milhões (R$ 22 milhões) dado à famosa por seu ex-marido, Kanye West.
Doze suspeitos foram acusados inicialmente. Um deles, identificado como Marceau Baum-Gertner, veio a óbito em 6 de março. Outro foi dispensado do processo por estar gravemente doente. A maioria tem entre 60 e 70 anos, e foram apelidados pela mídia sa de “les papys braqueurs” (“os ladrões vovôs” em português). Porém, os investigadores insistem que eles não eram aposentados inofensivos.
As autoridades os descreveram como um “grupo criminoso experiente e coordenado”. Dois dos réus itiram estar presentes no local, enquanto outros negaram qualquer envolvimento no crime, e alguns até afirmam não saber quem era a empresária. A polícia, por sua vez, garantiu que o grupo rastreou os movimentos da vítima por meio de suas postagens nas redes sociais, que exibiam suas joias, identificavam sua localização e expunham sua vulnerabilidade.