Um menino de 12 anos morreu no México após contrair uma infecção bacteriana grave transmitida por piolhos. Amador Flores Vargas ou duas semanas internado, mas não resistiu ao choque séptico e à falência do fígado causados pelas bactérias riquétsias. 41343c
O caso aconteceu em Sabinas, no estado de Coahuila. Segundo o site mexicano El Tiempo, a família levou o garoto às pressas para o hospital quando ele já apresentava febre alta, desidratação e estado de confusão. No Hospital Materno Infantil de Coahuila, os médicos constataram uma infestação massiva de piolhos e um quadro de septicemia avançada.
“Ele já estava infectado há pelo menos oito dias antes de chegar à clínica. O jovem chegou em condições muito comprometidas. Ele tinha alterações hepáticas, falha na produção de plaquetas e septicemia avançada“, afirmou o diretor do hospital, Francisco Iribarren, em coletiva de imprensa.
Amador ainda recebeu antibióticos de emergência, mas seu estado piorou rapidamente. Ele faleceu no dia 2 de junho. Diante do caso, as autoridades de saúde isolaram a área onde a família vive, para impedir a propagação dos parasitas, e equipes de controle de pragas foram enviadas para investigar possíveis novas infestações.
Para a mãe de Amador, a tragédia não se resume apenas à ação silenciosa dos piolhos. Em frente ao local onde o corpo do filho foi velado, Ana Karen Esmeralda Vargas Padilha fez um apelo público por justiça, acusando a equipe de negligência médica. Segundo ela, o cateter de Amador foi desconectado sem aviso, mesmo após o menino entrar em coma, e o dispositivo teria sido inserido de forma incorreta por uma enfermeira, agravando ainda mais seu estado.
“Vou apresentar uma queixa formal às autoridades porque foi negligência médica que custou a vida do meu filho“, contou Ana Karen. O padrasto do garoto, Josué Aarón Hernández Luna, reforçou que Amador era uma criança saudável, sem qualquer doença pré-existente, e que a piora drástica no hospital levanta dúvidas sobre a conduta dos profissionais.
O prontuário médico obtido pelo El Tiempo indica que o menino foi internado em 16 de maio com sintomas severos. Diante da gravidade, ele foi transferido para a UTI em Saltillo. A equipe do hospital afirmou que todas as medidas cabíveis foram tomadas e que o protocolo foi seguido de acordo com a complexidade do caso.
O chefe da Jurisdição de Saúde, Dr. Carlos Jiménez Villarreal, juntamente com o epidemiologista Alfredo Emiliano de León Camacho e o diretor Francisco Iribarren, defenderam o atendimento prestado e explicaram que o estado crítico de Amador já existia no momento da chegada. A família, no entanto, pretende levar o caso ao Ministério Público, exigindo uma investigação completa sobre as circunstâncias da internação e da morte do menino.